domingo, 27 de janeiro de 2008

04.1. Tempo dos Lordes

Há de se ressaltar que a imprensa campista sempre abriu espaços para a divulgação das notícias carnavalescas, embora não tivessem (como não têm) o olhar crítico sobre os enredos, sambas e até homenagens, por parte das sociedades carnavalescas, com o nítido objetivo de buscar apoio e financiamento para suas hostes.
As colunas especializadas eram assinadas pelos lordes, título dado aos que ganhavam/davam importância no/ao carnaval. Como a folia era de Momo, Rei I Único, seus adeptos eram considerados de uma linhagem nobilíssima. Os lordes se reuniam em torno da Associação dos Cronistas Carnavalescos, entidade criada pelo radialista Aury Fonseca e pelo Lorde Tio Lou (Jornalista Nicolau Louzada). Mas foram/são famosos os Lordes: Tomatão (Fernando Gomes Vasconcelos, carnavalesco do Bloco “Quem Não Viu Vem Ver”); Barriquinha (Jornalista Fernando José Gomes, do Jornal A Reportagem); Broa (Herval Santa-Fé, titular do Bloco Os Caveiras), Lorde Fofoca (Wallace de Oliveira), Ziriguidum (jornalista Orávio de Campos, do Jornal A Cidade).
Como publicações, exclusivamente relativas ao carnaval, tínhamos o Jornal Voz Cadavérica, de Herval Santa-Fé e a famosa Revista “O Carnavalesco”, do jornalista Herbson da Rocha Freitas, presidente da Academia Campista de Letras e da Associação de Imprensa Campista – AIC. Aliás, ele mesmo fala da importância da associação dos cronistas e da publicação de uma mídia impressa especializada em carnaval.
Para Herbson o tempo dos lordes era muito mais romântico e marcava a influência da imprensa e dos programas radiofônicos no carnaval. Aliás, segundo ele, por estes espaços circulavam/circulam carnavalescos que, nos demais dias do ano, eram/são pessoas comuns da sociedade e, sendo assim, sem nenhum destaque especial em suas atividades rotineiras. “O carnaval tem essa aura e insere no sucesso os seus artistas populares”.
Em relação à Associação dos Cronistas Carnavalescos, atualmente acéfala, Herbson afirma que ela, para o carnaval, cumpriu um importante papel e “hoje seria de grande importância se as entidades pudessem se organizar à altura do carnaval campista”.
Indagado sobre sua história, Herbson disse que, “a primeira tentativa de se formar a associação carnavalesca foi com Aury Fonseca, seu primeiro presidente. Nessa administração eu estive presente junto com Nicolau Louzada e Orávio de Campos Soares, mas, infelizmente, essa primeira diretoria teve vida efêmera”.

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