domingo, 27 de janeiro de 2008

07.1.4 - 1981

O jornal Folha da Manhã do dia 2 de fevereiro, na página 8, publicava em sua capa a notícia de que a Prefeitura iria gastar cerca de Cr$ 7 milhões com o carnaval de rua. Nesta mesma data, Dagval Tavares de Brito, conhecido nos meios carnavalescos, alertava para o fato de que “as escolas de samba não sobrevivem sem paternalismo”, mostrando que os carnavalescos, de um modo geral, ficavam na dependência da verba da prefeitura para fazerem o seu carnaval.
No dia 5, o jornal divulgava, na página 6, que os compositores vitoriosos no Concurso de Melhores Sambas do Carnaval, estavam pedindo uma verba de Cr$ 10 mil, ao prefeito. Enquanto isso, o carnavalesco Silvio Arantes de Carvalho, o Russo, dava prazo para fechar a inscrição do concurso de samba-enredo Mocidade Louca. Outra figura destacada dos meios carnavalescos, o popular Jaburu, anunciava que a Ururau da Lapa iria chegar entre os primeiros do carnaval.
Faltando quinze dias para as comemorações carnavalescas, a secretaria de Turismo da Prefeitura anunciava que nada tinha a ver com a organização da comissão julgadora do carnaval, fato que preocupava os carnavalescos. Por outro lado, a Associação das Escolas de Samba convocava os seus filiados para definir o regulamento do desfile, mostrando que até mesmo a entidade não possuía vida efetiva para defini-lo com antecedência.
A manchete destacava no dia 7: “Esperança e Cedae escolhem hoje à noite sambas no Olavo Cardoso”. Diomar Rodrigues, o Carneiro, declarava que blocos e sambas estão prontos para o desfile. A Assembléia das escolas estava marcada para a próxima segunda-feira, para a escolha dos componentes da comissão julgadora.
No dia 9, Dagval perde no concurso de samba-enredo para Milton Nascimento, o Neguinho da Esperança e isso, segundo o noticiário, abre uma crise interna na escola de samba de Custodópolis. No mesmo dia, as escolas anunciavam uma reunião para definir o regulamento e o fato, também interessante, é que o Dr. Edson Coelho dos Santos ameaça deixar a direção da União da Esperança, ampliando, ainda mais, a crise naquela escola.
As arquibancadas iniciam sua montagem na segunda-feira, dia 10. O impasse na escola de Samba União da Esperança poderia ser encerrado hoje. O destaque dessa página ficou por conta do Presidente da AESC, que foi criticado pelos representantes da Escola de Samba Mocidade Louca.
O destaque do dia 11 foi o samba vencedor da União da Esperança, autoria de Neguinho. O afastamento do presidente da escola, Dr. Edson Coelho dos Santos, após o carnaval foi fato consumado. Na página 8, em outra matéria, foi noticiado que a Mocidade Louca nada tinha a ver com a crise ocorrida na escola União da Esperança. Na página seguinte, era publicada uma reportagem mostrando a difícil arte de bailar na avenida como mestre-sala.
Das notícias publicadas no mesmo jornal, no dia 12 de fevereiro, 13 dias antes do carnaval, a mais importante era a assembléia da principal entidade carnavalesca de Campos (AESC), que havia escolhido o corpo de jurados que iria trabalhar no carnaval, mas o fato não foi divulgado pela entidade. Ainda na mesma edição, o Dr. Edson Coelho dos Santos, mantinha de pé a sua opinião, em relação aos problemas da escola. E a Prefeitura iniciava a montagem das arquibancadas.
Faltando poucos dias para o carnaval, a escola de samba União da Esperança superava a crise. Somente no dia 13 é que o prefeito resolveu pagar outra parcela de verba pública para ajudar as sociedades carnavalescas.
O destaque das notícias publicadas no dia 18 de fevereiro foi o de que a escola de samba União da Esperança iria se apresentar com destaques do Rio de Janeiro para brigar com a Mocidade Louca. Na página seguinte, o samba criado por Wellington Nunes era reconhecido como o melhor do carnaval de Campos.
Finalmente, no dia 20 de fevereiro, véspera do carnaval, o Juizado de Menores divulgava todas as normas da folia e no dia seguinte o jornal publicava que o carnaval era aberto com a tradicional batalha de confete do bloco “Os Caveiras”, na rua 13 de maio. A escola vencedora foi a Mocidade Louca, surpreendendo as expectativas. O enredo foi “Festa do Divino Espírito Santo” e a agremiação do Morrinho contou com a participação e contribuição do popular Djalma Gibi, da Imperatriz Leopoldinense. O grande destaque da Mocidade foi a Ala dos Artistas, com mais de 100 componentes.

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