domingo, 27 de janeiro de 2008

07.1.5 – 1982

A Folha da Manhã lançava, na edição do dia 4 de fevereiro, o seu famoso Troféu Felisminda Minha Nega, destinado a premiar os melhores: escola, bloco, passistas masculino e feminino, porta bandeira, mestre-sala, comissão de frente e destaque. O pessoal do folclore solicita a criação de um troféu para os bois pintadinhos. No dia seguinte, o mestre-sala Careca, da Mocidade Louca, declarava à coluna de Nilson Maria que ganharia um dos troféus oferecidos pela Folha da Manhã.
No dia 7, o jornal dedicou uma página inteira para Jorge da Paz Almeida e a manchete dizia: “Jorge Defende o carnaval pobre que o povo fez”. A reportagem fluiu de uma entrevista feita por Prata Tavares, João Vicente Alvarenga e o jornalista Orávio de Campos. Com foto de Hubert Turrini, vestido (a) de melindroso (a), a coluna anunciava a criação do bloco “Bonitinha Mas Ordinária”, que seria atração na Batalha dos Caveiras.
O bloco permaneceu anos e anos como atração da famosa batalha promovida pelo Lorde Broa, à época dirigente maior dos Caveiras. Era definido por homens travestidos de mulher, um modelo mais requintado dos denominados blocos das piranhas, que infestavam as praias de Campos, São Francisco e São João da Barra, com destaque do Bloco Boneca do Waldir, de Grussai.
Outra reportagem importante saiu no dia 10, com Joãozinho Quero Mais, um dos personagens surgidos da criação das escolas de samba. Ele foi mestre-sala da Mocidade Louca, mas, antes, fora baliza do bloco Felisminda Minha Nega. No dia 17, a matéria principal da página dizia: “Cambistas vendem ingressos antes de a Prefeitura abrir as bilheterias”. Isso deixava claro que o povo comprava os lugares nas arquibancadas e que já havia corrupção no meio carnavalescos.
Naquele ano, três batalhas de confetes estavam sendo anunciadas: Caveiras, na rua 13 de Maio; Psicodélicos, na rua Dr. Ultra e das Tintas Ypiranga, no Edifício Salete.
Naquele ano, A União da Esperança e o Ururau (ainda como bloco) venceram o carnaval. E a novidade: os cordões, o frevo, os blocos de escudo e os ranchos não voltaram mais à avenida, desaparecendo, prematuramente, da paisagem momesca.

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